DE COLABORADOR - DIREITO DE RESPOSTA

Sr. Luiz Carlos Silveira Martins

Com surpresa, li o seu comentário publicado na coluna do Diário Gaúcho (18/11), quando abordou o tema referente a um julgamento na Comissão de Ética do Grêmio, em que eu era um dos denunciados. A matéria esta transcrita a seguir :

ISENÇÃO E JUSTIÇA

Tomei conhecimento de que a comissão de ética, formada pelo conselho deliberativo do Grêmio, julgou alguns associados e cônsules acusados de tomar partido nas últimas eleições em favor do candidato derrotado.
Para isso, foi feito uso da máquina administrativa do clube, se valendo do poder que tinham como cônsules. Foram utilizados, na campanha, recursos financeiros do Tricolor para financiar ônibus e outras propagandas. Frise-se: eram veementemente contrários à candidatura do atual presidente.

ABSOLVIÇÃO

Pois a comissão de ética, formada por gremistas que só pensam no clube, independentemente de posição política que assumam nas eleições, e a maioria, sabe-se, votou no presidente Duda, absolveu todos os acusados por falta de provas, chancelando a promoção da justiça, o que se espera de pessoas isentas e honestas.
Isto demonstra também a isenção do presidente, de sua direção e do presidente do conselho, que souberam se manter alheios.
Gostaria muito que todos os gremistas assim se comportassem, sem críticas destrutivas, decorrentes de derrotas políticas. A eleição terminou: só em 2010.
Até lá, todos devemos torcer e ajudar nosso clube.


Pois bem: a leitura do texto demonstra que o senhor, não satisfeito em apenas comentar de forma jornalística o assunto, não se privou de – ardilosamente – reiterar que eu, e os outros cônsules absolvidos “fizeram uso da máquina administrativa.......”, quando o resultado comprovou o contrário e o senhor, como advogado competente e conhecedor da língua mãe, se estivesse interessado somente em noticiar, diria “teriam feito uso da máquina administrativa.......”.

O que me deixou pasmo foi o fato de que o senhor, a quem eu aplaudi e admirei na condição de Presidente e Dirigente do Grêmio, sabe perfeitamente que o nosso clube jamais disponibilizou qualquer verba ou recurso financeiro aos consulados (pelo menos ao de Gravataí, que eu comandei com muita dedicação, por anos), e, portanto, seria impossível que eu – ou meus colegas cônsules acusados – tivéssemos “utilizado recursos do Grêmio para financiar seja lá o que fosse, durante a campanha”.

O senhor também sabe, como o líder principal do movimento Grêmio Imortal, o que é público e notório apesar do seu discurso ilusório no microfone do Sala de Redação, e um dos caciques mais influentes desta gestão, que somente os cônsules que tiveram a coragem de abrir o voto contra a chapa que o seu grupo apoiou sofreram a injusta e revanchista denúncia, enquanto aqueles que se colocaram ao lado do seu candidato, mesmo que propagandistas do Duda Kroeff contra o adversário eleitoral, de nenhuma perseguição foram alvo.

Daí a minha surpresa em ler a sua “opinião”, que soou como um ataque rançoso contra alguns gremistas que cometeram o crime de se posicionar contra o seu ideal.

Pelo visto, mais uma vez a sua forma de agir contradiz o seu belo e demagógico discurso, pois se o senhor realmente “desejasse que os gremistas assim se comportassem (com isenção), sem críticas destrutivas” certamente não teria escrito a referida coluna exaltando uma atitude que não foi comprovada, algo totalmente desnecessário no contexto, caso o senhor quisesse apenas noticiar o fato.

Pois, ao que parece, a eleição nunca termina para o senhor e seu grupo político, apesar do discurso enganador que escutamos todos os dias.

Espero, no mínimo, um pouco mais de imparcialidade e responsabilidade quando o senhor externar suas opiniões em algum órgão jornalístico, para evitar praticar injustiças contra, especialmente no meu caso, um gremista apaixonado que tem o direito de escolher democraticamente o seu candidato.

Ou quem sabe o senhor já começou a preparar o terreno para a eleição de 2010?

Atenciosamente

Evandro Soares
Sócio gremista e ex-Cônsul de Gravataí